quarta-feira, 30 de julho de 2014

Sl. 22: Sofrimento e Esperança do Justo

Salmos 22:

Sofrimento e Esperança

(1.       Do mestre de canto. Sobre «A corça da manhã». Salmo. De David.)

2.       Meu Deus, meu Deus,
            porque me abandonaste?
            Apesar dos meus gritos, a minha prece não Te alcança!
3.       De dia eu grito, meu Deus, e não me respondes.
            Grito de noite, e não fazes caso de mim!
4.       E Tu habitas no santuário,
            onde Israel Te louva!
5.       Os nossos antepassados confiavam em Ti;
            confiavam, e Tu os salvavas;
6.       gritavam por Ti, e ficavam livres,
            confiavam em Ti, e não ficaram desapontados.
7.       Quanto a mim, eu sou verme, e não homem,
            riso dos homens e desprezo do povo.
8.       Todos os que me vêem zombam de mim,
            abrem a boca e meneiam a cabeça:
       9.«Ele recorreu a Javé... Pois que Javé o salve!
            Que o liberte, se é que o ama de facto!»
10.   És Tu quem me tirou do ventre
          e me confiou aos peitos da minha mãe.
11.   Fui entregue a Ti desde o nascimento,
          desde o ventre materno Tu és o meu Deus.
12.   Não fiques longe de mim,
          que a angústia está perto,
          e não há ninguém para me socorrer.
13.   Cercam-me touros numerosos,
           touros fortes de Basã me rodeiam.
14.   Contra mim escancaram a boca os leões
          que dilaceram e rugem.
15.   Estou como água derramada,
          e todos os meus ossos se desconjuntam.
          O meu coração está como cera, derretendo-se dentro de mim.
16.   A minha força secou como argila,
          e a minha língua colou-se ao maxilar.
          Tu me colocas na poeira da morte.
17.   Cães numerosos me rodeiam,
         e um bando de malfeitores me envolve,
          furando as minhas mãos e os meus pés.
18.   Posso contar todos os meus ossos.
         As pessoas observam-me e encaram-me,
19.   entre si repartem as minhas vestes,
         e sorteiam a minha túnica.
20.   Tu, porém, Javé, não fiques longe!
          Força minha, vem socorrer-me depressa!
21.   Salva o meu pescoço da espada,
          e a minha pessoa, das patas do cão!
22.   Arranca-me da goela do leão,
         faz-me triunfar dos chifres do búfalo!
23.   Vou contar a tua fama aos meus irmãos,
         vou louvar-Te no meio da assembleia:
      24.«Vós que temeis a Javé, louvai a Javé!
           Glorifica-O, descendência toda de Jacob!
           Teme-O, descendência toda de Israel!»
24.   Sim, porque Ele não desprezou,
         não desdenhou a desgraça do pobre,
         nem lhe ocultou a sua face:
         quando gritou por socorro, Ele o escutou.
25.   De Ti vem o meu louvor na grande assembleia.
         Cumprirei os meus votos na presença dos que O temem.
26.   Os pobres comerão e ficarão saciados,
         louvarão a Javé aqueles que O buscam:
        «Que o vosso coração viva para sempre!»
27.   Todos os confins da terra se lembrarão,
         e voltarão para Javé.
         Todas as famílias das nações se prostrarão na sua presença.
28.   Pois a realeza pertence a Javé,
        é Ele quem governa as nações.
29.   Diante d'Ele se prostrarão as cinzas da tumba,
         diante d'Ele se curvarão os que descem ao pó.
30.   Javé far-me-á viver para Ele,
         a minha descendência O servirá,
         falará do Senhor à geração futura,
31.   contará a sua justiça ao povo que vai nascer:
       é obra do Senhor!

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